Esta série de editoriais contempla temas apontados como prioridade para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul por entidades da indústria, do comércio, do agronegócio e pelas bancadas estadual e federal de deputados em reuniões com o Conselho Editorial do Grupo RBS. Os temas abordados são:
• Fundo constitucional do Sul
• Formação profissional e recuperação da Educação Básica
• Falta de mão de obra e impacto de benefícios sociais
• Inovação e expansão de centros de tecnologia
• Infraestrutura logística e contenção de cheias
• Valorização e consumo dos produtos gaúchos
• Relevância do agronegócio
• Bancada federal no Congresso
Não fosse a qualidade dos seus manufaturados, o Rio Grande do Sul não teria se tornado um dos principais polos industriais do país. Sem os traços de arrojo e de pioneirismo, o Estado não seria a terra natal de tantas companhias de todos os segmentos que são líderes nacionais em seus mercados, vencendo a limitação da distância dos grandes centros do país. Mas os atributos que levaram marcas e produtos gaúchos ao reconhecimento e ao sucesso empresarial não estão presentes apenas nas companhias centenárias e de faturamento bilionário. Podem ser encontrados em uma vasta gama de negócios, de médio e pequeno porte, mesmo que familiares e hoje de alcance apenas local.
Significa se juntar aos esforços para impulsionar a economia do RS e contribuir para um novo ciclo de progresso
Em um momento de incertezas após a enchente de maio do ano ado, ganham importância a valorização e o consumo de serviços e artigos originados no Rio Grande do Sul, assim como a escolha por adquirir bens nas redes de comércio regionais. É uma forma de contribuir com o fortalecimento do tecido econômico do Estado.
Sabe-se que o sentimento de pertencimento joga a favor. Pesquisas mostram que a disposição do gaúcho de consumir o que é local se situa em uma média acima do observado em outras áreas do país. Não se trata apenas de bairrismo. Todo bem, serviço ou experiência de compra tem uma relação de custo/benefício que é sopesada no momento da escolha do que adquirir ou do lugar onde comprar. Sem vantagens, a predileção seria em maior grau por outras marcas e bandeiras. Isso vale para um ônibus ou para um produto colonial, para uma grande rede varejista ou para o comércio de bairro.
Essa valorização, de igual forma, é válida para outras áreas, como as manifestações artísticas e o turismo. Além dos destinos mais conhecidos e badalados, o Rio Grande do Sul tem inúmeras regiões, com suas peculiaridades, dotadas de variados atrativos. Não faltam belezas naturais, pontos de interesse histórico, gastronomia ímpar e diversidade étnica, cultural e musical. Duramente castigado pelas enchentes, o Vale do Taquari é um exemplo de potencial. No próximo ano também serão celebrados os 400 anos das Missões Jesuíticas, uma efeméride que merece ser acompanhada por um maior conhecimento da região pela população de outras partes do Estado.
Prestigiar os empreendedores gaúchos também se converte na geração de emprego e renda dentro do próprio Estado. Os negócios locais fortalecidos pelo consumidor do Rio Grande do Sul têm, a partir de bases mais sólidas, maiores chances de crescer e expandir fronteiras de atuação. A história empresarial do Estado é pródiga em exemplos. Não são poucas as multinacionais que, em eras distantes, nasceram de um negócio quase que de fundo de quintal e, superando obstáculos, prosperaram e ganharam o mundo, trazendo também orgulho para os rio-grandenses.
Enaltecer e consumir o que é local, neste período particularmente desafiador após a catástrofe climática, significa se juntar aos esforços voltados a impulsionar a economia do Estado e contribuir para um novo ciclo de progresso que beneficie toda a sociedade gaúcha.