
Em um hiato na rotina reservada, o ex-governador José Ivo Sartori se reuniu com estudantes de jornalismo da Universidade de Caxias do Sul (UCS), na noite desta quinta-feira (5). A convite da turma de Jornalismo Especializado, Sartori manteve um bate-papo casual sobre o período em que governou o Estado e sua experiência com a comunicação pública.
O encontro também contou com a participação da jornalista Gabriela Alcantara Braz, que trabalhou na comunicação do ex-governador, e o professor do curso de jornalismo Jacob Raul Hoffmann. Segundo o professor, Sartori se colocou à disposição para conversar com os estudantes.
Em clima descontraído, Sartori falou sobre o envolvimento com as entidades estudantis e os três anos à frente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UCS. Aos alunos, ele ressaltou a importância da comunicação no âmbito político e social como instrumento de liderança.
— Comunicação é feita no plural e ela é parte da liderança. Nunca deixamos de dialogar com a sociedade, mesmo nos momentos mais tensos.

Ainda no âmbito político, Sartori argumentou, que durante o governo dele, a visão política guiou a comunicação e que esse foi o setor que trabalhou com “maior perfeição” para mostrar à sociedade a realidade.
Segundo ele, foi a comunicação que permitiu estabelecer o trabalho, dialogando com prefeitos, entidades, sindicatos e lideranças políticas, mesmo quando havia pontos de discordância.
— Muitas vezes a comunicação é silêncio — se referiu, ao trato com grupos que mantinham pontos de atrito.
Sobre as redes sociais e a ampla exposição de figuras públicas, Sartori apontou a necessidade da comunicação responsável, sobretudo como indicativo de liderança.
O silêncio após mandatos
Aos estudantes, Sartori pontuou que, desde 2019, quando deixou o governo do Estado, não concedeu mais entrevistas. Segundo ele, essa é uma estratégia adotada desde o período em que deixou a vereança.
— Meu filho (o jornalista Marcos Sartori) incomoda seguidamente, mas eu fiz certo. Não me meto na vida de ninguém, não digo o que quem está nos cargos deve fazer. Melhor deixar as pessoas à vontade para elas falarem — declarou.