
A derrota do Grêmio para o São Paulo por 2 a 1 no Morumbi, neste sábado (17), foi marcada por decisões equivocadas da arbitragem. Em um jogo parelho e de detalhes, estes erros pesaram demais.
O primeiro equívoco grave de Rodrigo Pereira de Lima foi a marcação do pênalti de Camilo em Luciano. Os dois jogadores têm total condição de disputar a bola. Ambos levam o pé na direção do lance, de maneira natural, no gesto técnico de quem tenta interceptar ou jogar. Há contato — sim, há contato de pé com pé e perna com perna —, mas contato que faz parte da dinâmica da disputa.
Luciano, inclusive, tem condição de seguir no lance, dá sinais de que vai continuar, mas opta por simular. E simula com atraso: junta as pernas, se projeta para frente e ainda levanta grama ao cair. Força a queda e, mais do que isso, força a marcação. E consegue.
O segundo erro vem antes disso: na origem do escanteio que resulta no tal pênalti, há uma infração de Arboleda em Jemerson. O zagueiro do São Paulo atinge o rosto do jogador do Grêmio com o braço esquerdo. Falta clara, com o árbitro de frente para o lance e visão aberta.
Rodrigo Pereira de Lima, no entanto, ignora. O VAR chama para revisão e mostra os dois lances: a infração de Arboleda na origem e o suposto pênalti na sequência. Ainda assim, o árbitro mantém a decisão equivocada.
Ficou claro que houve um debate sobre a origem da jogada. Se o toque de Monsalve no meio do caminho "reiniciaria" a jogada. Para mim, esse debate é irrelevante diante do fato central: houve uma falta clara na origem e um pênalti mal marcado no fim. Mesmo que o toque de Monsalve exista, em nenhum momento ele teve controle da bola. O lance, portanto, não se "reiniciou" de maneira efetiva.
E mais: mesmo diante da imagem clara no monitor, o árbitro optou por ignorar uma infração evidente. Isso é o mais preocupante. Porque não se trata apenas de erro de campo: trata-se da incapacidade de corrigir um erro depois de revê-lo. E isso compromete a credibilidade do sistema como um todo.
A arbitragem brasileira não pode seguir refém de orientações dúbias, da indecisão conceitual sobre "origem de jogada" ou da omissão diante de imagens evidentes. O que aconteceu no Morumbi não é apenas um erro técnico. É uma falta de convicção.
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