• Alergia gastrointestinal:existem alguns tipos de alergias alimentares que são mais comuns durante a infância e afetam o trato digestivo, já outras alergias alimentares podem se espalhar pelo corpo e gerar outros sintomas associados além dos gastrointestinais
  • Alergia dermatológica: manifesta-se através de feridas na pele ou lesões avermelhadas, ásperas e muitas vezes descamativas. Um exemplo de quadro alérgico que ocasiona esse tipo de lesão são as dermatites
  • Alergia respiratória: pode ser causada por ácaros presentes na poeira, que, quando atingem o epitélio respiratório, podem gerar quadros de asma e rinite, por exemplo. Habitualmente, manifesta-se através de tosse, chiado e falta de ar
  • Leite, ovos, trigo, frutos do mar, peixes, castanhas e amendoim são os alimentos que mais causam alergias alimentares. Nos casos respiratórios, a inalação de pó e poeira doméstica, como de ácaros que acumulam em estantes e até nos colchões, representam mais risco. Há situações que são consideradas mais raras, mas também pode ocasionar um quadro alérgico, como a exposição ao sol e ao frio.

    — O sistema imunológico, que naturalmente serve para nos proteger contra ameaças externas, como micro-organismos, acaba se voltando contra aquela proteína que é para ser tolerada normalmente e gera uma resposta inflamatória danosa ao próprio corpo — explica Renan Augusto Pereira, membro do Núcleo de Alergia e Imunologia do Hospital Moinhos de Vento.

    Sintomas e diagnóstico

    As manifestações alérgicas variam conforme cada caso. No entanto, os especialistas alertam que há sintomas que são característico e podem indicar uma reação alérgica, por isso é preciso estar atento e buscar atendimento médico ao notar:

    — Cada reação alérgica tem suas particularidades, logo os sintomas são muito variados — aponta Bruna Gehlen.

    Caso não tratados, a condição pode evoluir para um quadro de alergia generalizada, conhecida como anafilaxia e que representa maior risco de morte. Nesta situação, a alergia inicial transita para outras regiões do corpo e afeta mais de um sistema, explica Pereira.

    O principal risco é o de morte, por edema de glote, por parada cardiorrespiratória ou por falta de oxigênio no cérebro, por exemplo. A anafilaxia é um evento potencialmente grave — salienta Renan Pereira.

    Buscar auxílio médico ao perceber algum destes sintomas é fundamental para evitar o desenvolvimento da condição. Os especialistas salientam que cada caso é avaliado individualmente e o processo mais importante para o diagnóstico de uma alergia é a análise clínica do histórico do paciente, com base na descrição detalhada dos sintomas.

    Há exames que auxiliam no diagnóstico, como o prick test – muito utilizado para identificar casos de asma e rinite. O teste consiste em pingar gotas de alérgenos no braço do paciente, para verificar reação a poeira, fungos, pólens, epitélios de animais ou alimentos, por exemplo. Outra prática conhecida é o patch test, que ajuda a identificar casos de dermatite de contato, através da colagem de adesivos nas costas dos pacientes.

    Tratamento

    As opções de tratamento contra alergias evoluíram nos últimos anos, o que proporciona mais qualidade de vida aos pacientes. Além dos tradicionais antialérgicos, os imunobiológicos surgem com uma alternativa mais assertiva e menos prejudicial ao organismo humano, a partir do controle de substâncias alérgicas no sangue.

    — Os imunobiológicos, que são medicamentos maravilhosos, estão revolucionando o tratamento das doenças alérgicas, principalmente da asma, dermatite atópica e da urticaria crônica espontânea. Eles bloqueiam as reações que causam aquelas alergias e controlam os sintomas — explica Helena Velasco.

    Cada patologia requer um tratamento de acordo com suas especificidades, pontua Bruna Gehlen. Em casos de doenças respiratórias, por exemplo, sprays nasais auxiliam a controlar a inflamação. Outra opção conhecida é a imunoterapia, um tratamento longo e que ensina o organismo a tolerar a substância que lhe causa a alergia, a partir da istração de pequenas doses da proteína.

    Ainda não regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a caneta de adrenalina é uma medicação, utilizada em outros países, capaz de controlar crises alérgicas graves. A aplicação do medicamento é realizada pelo próprio paciente, durante um quadro grave de reação alérgica.

    — Existem alguns casos em que a pessoa precisa portar consigo a caneta de adrenalina, para que, caso haja algum incidente que culmine em uma anafilaxia, ela aplique a medicação imediatamente — comenta Renan Pereira.

    *Produção: Lucas de Oliveira

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