
Fruta símbolo do inverno gaúcho, a bergamota deve chegar em maior quantidade e com boa qualidade à mesa dos consumidores neste ano. É um sentimento de retomada compartilhado pelos produtores da Serra, após quebra de cerca de 40% na produção de 2024 diante do excesso de chuva. A expectativa, agora, é de uma safra cheia, com colheita de 16 mil toneladas na região.
— No ano ado tínhamos a expectativa de colher 15 mil quilos por hectare e fechou em 10 mil. Neste ano, temos o clima funcionando muito bem, toda a fruticultura está indo bem. É uma perspectiva de safra normal, cheia, não acima da média, mas também não abaixo, até o momento. A qualidade da fruta está vindo bem também — sinaliza o engenheiro agrônomo da Emater Regional, Enio Ângelo Todeschini.

O escritório regional atende a 50 municípios da Serra. Dentre os que lideram na produção de bergamota estão Cotiporã, Veranópolis, Antônio Prado e Caxias do Sul. Ao todo, segundo Todeschini, as bergamoteiras estão presentes em 1.150 hectares, de 760 propriedades. A safra começou em março e as variedades mais tardias podem ser retiradas do pé até outubro.
Em Caxias do Sul, a projeção também é cercada pelo otimismo. O engenheiro agrônomo e extensionista rural da Emater municipal, Mauro Tessari lembra que os dias ensolarados contribuem para o amadurecimento da fruta, que está presente em cerca de 150 hectares do município.
— A qualidade está muito boa. O tempo vem colaborando, sem chuvas em excesso — diz Tessari.
Família Massuchini prevê colher 25 toneladas a partir de julho

Em Cerro da Glória, no interior de Caxias do Sul, a família Massuchini investe na bergamota montenegrina há cerca de cinco anos. É uma estratégia para garantir e diversificar os rendimentos fora do período da safra da uva, fruta tradicional na propriedade.
A colheita ocorre de julho a setembro, com expectativa de alcançar 25 toneladas em 2025. Neste momento, a fruta, considerada tardia, está na metade do processo. Para que a bergamota chegue saborosa aos consumidores, o produtor Jair Massuchini volta o otimismo, agora, para a previsão de baixas temperaturas nas próximas semanas:
— Essa bergamota gosta muito frio. Quanto mais frio, mais ela adoça.
O volume colhido é revendido para um comprador, que mantém a fruta armazenada e coloca à venda para os mercados dos estados do Sul e para o Espírito Santo até o fim do ano.
Preço na Ceasa Serra*
- Bergamota Satsuma: R$ 1,88
- Bergamota Caí: R$ 2,50
- Bergamota Ponkan: R$ 2,63
- Bergamota Murcott: R$ 3,50
*Valor por kg, conforme a última cotação do dia 13 de maio.