
Uma névoa de spray fixador de cabelos, o ar quente dos secadores e o cheiro adocicado de um mix de perfumes. Essas foram as primeiras observações da reportagem de GZH ao entrar no camarim do Miss Universe Rio Grande do Sul 2026, que foi realizado nesse domingo (25) e coroou Júlia Guerra, representante de Soledade.
Cerca de três horas antes de começar o concurso, cabeleireiros e maquiadores corriam pelo backstage do Teatro da Amrigs, em Porto Alegre. Era a hora de assegurar cachos volumosos, brilho nas pálpebras e braços e pernas cobertos por cremes iluminadores. Tudo para parecer que a pele da miss é uma joia por si só. Também era o momento de construir camadas de base e pó translúcido para cobrir marcas indesejadas e tatuagens pelo corpo.
Questionada se o cuidado de esconder as tattoos é uma regra ou uma preferência, uma das misses respondeu:
— Eu prefiro não dar motivos — dando a entender que não queria correr riscos com os jurados.
O clima era de ansiedade, alguns gestos de amizade e alfinetadas aqui e acolá, em comentários furtivos (mas nem tanto) sobre a escolha do penteado ou da cor de vestido — elas são rivais, afinal.
Sonhos compartilhados até o palco
Para driblar a confusão dos últimos ajustes e não sucumbir à pressão, algumas candidatas levaram reforços para o Teatro da Amrigs. A estratégia da Miss Sobradinho, Lavinia Chiapinotto, que é estudante de Odontologia e Biomedicina, foi contar com a experiência da empresária Le Oliveira. Miss Sobradinho de 2010, a empresária compartilhou conselhos preciosos e produziu o visual da conterrânea.
Já no caso da Miss Porto Alegre, Danielle Debom, estudante de Gestão de Negócios, a tática foi garantir a companhia da terapeuta energética Lisi Padilha. Enquanto um maquiador ava base e contorno no seu rosto, os dedos de Lisi aplicavam pressão em três pontos atrás das orelhas da miss:
— É uma técnica chamada barras de access. Esses pontos são para ativar bondade, gratidão, paz e calma — contou a terapeuta.
Antes que o teatro abrisse para o público, as misses ainda aproveitaram para fazer os últimos testes no palco e na arela estendida. Sob os canhões de luzes amarelas, elas desfilaram promovendo uma mistura de looks: calças legging combinavam com sapatos de salto superalto ou chinelos de dedos, enquanto a maquiagem perfeita contrastava com bobes nos cabelos, que ameaçavam cair a cada o mais forte.
Entre as candidatas que se preparavam nesse momento estava Larissa Assman, representante de Guaíba. Ela contou com o auxílio de Prisceli Fogaça, que a preparou desde o visual até o emocional:
— Ajudei ela com toda a preparação de maquiagem, de cabelo, de incentivo, com as mídias dela e os looks. Hoje senti ela mais maravilhosa, vi uma diferença absoluta no palco, está perfeita, segura, estou emocionada de vê-la.
Aos 20 anos, Larissa também é Rainha Soberana do Turismo do Rio Grande do Sul. Em junho, ela deixará o posto e ará a coroa para sua sucessora. A expectativa era de conquistar uma nova faixa, mais importante.
— Eu já participei de dois concursos, é uma estrada relativamente curta, mas já me ensinou bastante coisa. Estou me sentindo confiante. Óbvio que também estou nervosa, mas é aquele nervoso gostoso de sentir que está chegando a hora de fazer algo que aguardei por muito tempo, porque foi muita preparação para chegar ao dia de hoje — destacou Larissa.
Para o início da cerimônia, as misses formaram uma fila no corredor que levava às coxias e ao palco. Foi um momento para rezar e reunir energias. Mas tudo mudou em minutos. O acelerado e os nervos aflorados ficaram nos bastidores. No palco, o que se via eram sorrisos amplos, olhares altivos, os lentos e muita autoconfiança.