
A vacinação infantil representa uma das maiores conquistas da medicina moderna, salvando diversas vidas ao redor do mundo. No Brasil, o calendário vacinal oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é reconhecido internacionalmente como um dos mais robustos e íveis, proporcionando proteção gratuita contra mais de 20 doenças potencialmente fatais.
A busca pela vacinação infantil no país sofreu uma queda significativa a partir do início da pandemia da covid-19, quando o distanciamento social e o receio de contágio afastaram muitas famílias das unidades de saúde, impactando negativamente as coberturas vacinais.
Apesar desse cenário inicial, alguns estados vêm implementando diversas iniciativas para ampliar o alcance das vacinas, a exemplo de Minas Gerais. O Governo Estadual implementou diversas estratégias para reverter a tendência, como o projeto “Vacina Mais Minas Gerais” e ações de busca ativa de não vacinados, que contribuíram para a recuperação dos índices em 2023 e 2024.
O aumento do número de municípios brasileiros com boa cobertura para vacinas essenciais, como a tríplice viral e a poliomielite, demonstra avanços, mas ainda há desafios para garantir a imunização completa da população infantil em todo o estado.
“Estamos presenciando o retorno de doenças que pareciam vencidas, como sarampo e coqueluche. Isso acontece porque a desinformação tem ganhado espaço, fazendo com que pais deixem de vacinar seus filhos por medo infundado”, alerta a Dra. Karolina Danielle, pediatra especialista em saúde da infância.
Abaixo, confira 10 principais benefícios do calendário vacinal brasileiro
1. o universal e gratuito
O Brasil garante que todas as crianças, independentemente da classe social ou região onde vivem, tenham o às vacinas essenciais. Essa universalidade promove equidade em saúde pública e representa um diferencial significativo em relação a outros países.
2. Proteção contra mais de 20 doenças graves
O calendário brasileiro oferece imunização contra difteria, tétano, hepatite B, pneumonia, meningite, coqueluche, febre amarela, sarampo, rubéola, caxumba e poliomielite, entre outras enfermidades que podem causar morte ou sequelas permanentes.
3. Reconhecimento internacional
As vacinas seguem rigorosamente as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), sendo constantemente atualizadas com base em evidências científicas internacionais.
4. Prevenção de surtos epidêmicos
Manter altas coberturas vacinais é fundamental para evitar o ressurgimento de doenças. “Em 2024, registramos aumento de surtos de sarampo e coqueluche em locais com baixa adesão vacinal. Todas essas situações poderiam ter sido evitadas com a vacinação adequada”, explica a Dra. Karolina Danielle.
5. Redução significativa de internações
Dados do Departamento de Informação e Informática do SUS (DataSUS) mostram que crianças adequadamente vacinadas têm até 90% menos chance de hospitalização por doenças imunopreveníveis, o que representa alívio tanto para as famílias quanto para o sistema de saúde.

6. Proteção coletiva por meio da imunidade de rebanho
Quando você vacina seu filho, está protegendo também aqueles que não podem se vacinar, como bebês muito pequenos e pessoas com imunossupressão. “Essa é uma responsabilidade coletiva que todos devemos assumir”, ressalta a pediatra.
7. Economia para o sistema de saúde
Investir em prevenção por meio das vacinas é até 20 vezes mais econômico do que tratar as complicações das doenças evitáveis, segundo estudos do Banco Mundial. Isso permite que os recursos sejam direcionados para outras necessidades em saúde.
8. Rigoroso controle de qualidade
Instituições renomadas, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan, garantem a produção das vacinas com tecnologia de ponta e segurança máxima, incluindo rastreabilidade completa de todos os lotes produzidos.
9. Incorporação rápida de inovações
O SUS demonstra agilidade na incorporação de novas vacinas. Recentemente, foram incluídas a vacina contra dengue (Qdenga) para adolescentes em áreas endêmicas, a meningocócica ACWY ampliada, e mantida a HPV quadrivalente com eficácia comprovada na prevenção de cânceres.
10. Combate à desinformação
Cada vacina aplicada representa um ato de resistência contra movimentos antivacina que colocam toda a população em risco. A OMS considera a hesitação vacinal uma das 10 maiores ameaças à saúde global.
A realidade preocupante dos números
Os dados de 2024 em Minas Gerais revelam coberturas abaixo do ideal em várias vacinas importantes: DTP (78,81%) para a difteria, tétano e coqueluche, segunda dose da tríplice viral (76,11%), hepatite A (75,86%) e meningocócica C (77,67%). Esses números indicam risco real de surtos, especialmente em periferias urbanas e municípios com menor estrutura de saúde.
“Não podemos permitir retrocessos por medo infundado ou desinformação. A vacinação é segura, eficaz e representa um ato de amor pelos nossos filhos e pela comunidade”, conclui a Dra. Karolina Danielle.
Mantenha as vacinas em dia
Para garantir a proteção adequada, é fundamental seguir rigorosamente o calendário vacinal, respeitando as idades recomendadas para cada imunizante. Consulte sempre o pediatra de sua confiança e mantenha a caderneta de vacinação sempre atualizada. Lembre-se: vacinar é um ato de ciência, responsabilidade e cuidado com o futuro das nossas crianças.
Por Letícia Carvalho