Presidente da ONG Onda Animal, Karen Scheid, 50 anos, destaca que o principal objetivo da entidade é o bem-estar do animal. Para conquistá-lo, alerta que não é preciso gastar tanto. Ela conta que entidades como a que preside realizam atendimentos com preços mais em conta do que as pets shops, e isto ajuda a viabilizar a manutenção de um animal em casa.
— Temos cerca de 130 cães e 20 gatos para adoção. Entregamos os bichos castrados, desverminados e com as primeiras vacinas já aplicadas. Os que possuem doenças crônicas têm assistência veterinária até o final da vida. Assim, quem adota pode se preocupar basicamente com alimentação — conta.
A estudante Maria Eduarda Etges, 19 anos, é estagiária do curso de istração e ganha bolsa de R$ 768 mensais. Ela tem dois filhos de quatro patas: o cachorro Banzé e a gata Pipoca. A jovem conta que gasta R$ 150 por mês para cuidar dos pets, o equivalente a 19% do ordenado, e garante que o valor é o suficiente para proporcionar uma boa vida aos animais.
— Cada um deles come 2 quilos de ração, e os banhos e tosas eu mesma faço em casa. Sobra até para comprar roupa, pastas e petiscos pra mimá-los — diz.
A cabeleireira Jacira Souza, 61 anos, endossa o pensamento de que é possível fazer muito com pouco. Ela tem três cães adultos recolhidos de situações de abandono. A Vick, sete anos, o James, 12, e o Kirk, 10 anos, que sofre de diabetes.
— Não sai muito caro, não. O diabético come ração especial e faz exercícios diários. No mais, é só dar comida, uma cama e bastante carinho — conta.
Além de poder dar o banho em casa e fazer as tosas, existem outras formas para economizar. A veterinária Diula Cardoso, 30 anos, conta que existem táticas para gastar menos, mesmo que, às vezes, pareça que se gasta mais.
— A ração que o dono busca deve sempre ser a mais completa possível, pois uma com menos qualidade pode, futuramente, trazer problemas de rins e fígado e isso potencializa os gastos — explica.
Diula informa também que, na hora de comprar a ração, é importante prestar atenção no item 'extrato etéreo' que é informado na tabela nutricional dos pacotes.
— Extrato etéreo a partir de 10% indica uma ração com controle de ingredientes como sódio e gordura e dá maior saciedade para o animal. Assim, eles acabam ingerindo menos de uma comida que alimenta mais — lembra.
A profissional comenta também que existem veterinários especialistas em nutrição que podem indicar como fazer a comida do pet para gerar ainda mais economia.
— Preparar o alimento do animal com itens comprados no mercado pode trazer menos gastos, mas não pode simplesmente dar a nossa comida para eles por questão de sal, gordura e outros ingredientes que podem afetar a saúde — alerta.
Segundo estimativa do Instituto Pet Brasil, o mercado pet brasileiro, considerado o terceiro maior do mundo em faturamento, movimentou mais de R$ 34,4 bilhões em 2018. O número representa um crescimento de 4,6% em relação a 2017. O empresário Jairo Luis Genthner Jr., 28 anos, é proprietário da pet shop Pet Parcão, no bairro Rio Branco, em Porto Alegre, e garante que o setor a longe da crise.
— As pessoas podem até vir buscar algo mais barato, mas nunca deixam de comprar — garante.
O explica que além de ração, banho e tosa, existem outros itens que devem ser mensurados na hora de pensar em um pet, principalmente em cães e gatos que ainda são os mais populares e estão presentes em 62% dos lares do país, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
É preciso ver também antipulgas, vermífugos e vacinas, estas com duas doses obrigatórias (raiva e polivalente) por ano. Tudo isso sem contar eventuais consultas e medicamentos e os supérfluos que podem ser improvisados como cama, roupas, brinquedos, petiscos e pastas.
A boa notícia para quem quer um pet é que existe muita variação de preços e uma ampla variedade de ofertas de produtos. Por isso é sempre bom pesquisar em mais de um local, buscar grandes agropecuárias e pechinchar.